E então, na hora H, quando estava prestes a pular a cerca de cinquenta e três metros entre a cobertura de seu prédio e o chão, foi interrompida. Pela insegurança. E tentou novamente. Foi interrompida de novo, por um celular que tocava. E então ela considerou a ideia de cair em um pequeno precipício indolor. Foi quando o vizinho do sessenta e dois (como ela o chama) a pegou no flagra. Mais tarde, a garota descobriu que seu nome verdadeiro era André, e ele era um universitário em Biomedicina.
A partir dali, o novo conhecido passou a se preocupar bastante com Alice, tanto que a pergunta que pairava em sua mente era “Porque raios ele se preocupa tanto comigo? Quem eu sou para ele, afinal? Não sou mais a vizinha estranha?”. Até que resolveu tirar satisfações, e acabou descobrindo coisas que me deixaram boquiaberta e realmente triste por André. Por fim, o moço a fez prometer que ela não faria nada de imprudente. Ela vai mesmo cumprir essa promessa? Porém uma coisa é certa: ali nasceu uma amizade. Uma amizade em que Alice via cada um de seus amigos, perdidos como se procurassem um modo de como se pronunciar a ela.
Em uma de suas conversas com o mais novo amigo, a menina reconhece que tem depressão. E com analogias, o universitário explica detalhadamente como é essa doença, por fim sugerindo tratamento com seu orientador de TCC. Eu me senti feliz por Alice ao ver André se esforçando tanto para levantá-la do fundo do poço e fiquei ainda mais feliz ao ler que Alice aceitou a proposta, mesmo com certa relutância.
Eu realmente adorei a história. É bem desenvolvida; lembrando que não é escrita para motivar os leitores ao suicídio. Ao contrário, é para que sejam motivados a viver, rever seus motivos e quem sabe “considerar a ideia”. Por tais motivos, a escrita da autora não é difícil de se entender, e nos leva a pensar melhor sobre tudo em nossa vida. Ao decorrer da história, cheguei até a “shippar” André com a Alice, mas só como bons amigos, claro. Sobre a capa… Incrível! Retrata bem como Alice se sentia: ela só queria fugir do mundo, se aliviar. Na história ainda há alguns erros, pequenos, mas um tanto visíveis; parei uma ou duas vezes para pensar se era realmente o que eu li.
Enfim… A leitura deste conto foi bem construtiva. Estou mega ansiosa para os próximos livros da autora!