Resenha Literária: A Cabana
Autor: William P. Young
Editora: Arqueiro (Brasil/2012)
Originalmente publicado em 2007 pela Editora Windblown Media
Gênero: Ficção
A Cabana, escrito pelo respeitado William Young, é um drama que conta a história de Mackenzie Allen Phillips, logo após de um dos piores pesadelos de um pai ter se concretizado. Tendo o sequestro e a morte de sua filha caçula, Melissa, como um pesadelo interminável, Mack passou a viver sob uma sombra de sofrimento e frustração. Junto com a Grande Tristeza - como ele o chama - Mack passou a ter seu relaciomento com o Abba mais raso, por conta de não ter suas dúvidas esclarecidas e sua dor não ter sido cessada.
Um tempo após o ocorrido, Mack ficava cada vez pior. Estranhava o fato de que sua mulher, Nan, estar seguindo sua rotina normalmente até com o relacionamento com o Abba, e tinha receio de voltar ao que era antes. Para ele, não era possível. Até que, no inverno, aparece em sua caixa de correio um bilhete convidando-o de volta à cena do crime, que por sua vez é uma cabana vetusta e de dificílimo acesso à cidade de Joseph. A vida de Phillips nunca mais seria a mesma após retornar ao palco de sua recordação mais dantesca e pesarosa...
A história é narrada por seu amigo, Willie, que foi uma das principais pessoas que foram tocadas pelo que houve, e pela mensagem de Deus que fora deixada para ele. Willie ouviu e sentiu todas as sensações que Mack conseguia descrever em palavras, e as que não conseguia Willie entendia de todas as formas.
Mack teve uma vida difícil antes de tudo acontecer, sua infância foi marcado por um pai alcoólatra, que batia nele e em sua mãe friamente. Fugiu no início da adolescência marcando o início de uma vida que não seria tão fácil de conquistar. Casou-se com Nan, com quem teve seus cinco filhos, sendo eles Missy (apelido carinhoso para Melissa), Jon, Tyler, Josh, Katherine.
O incidente ocorreu em plena viagem de fim de semana, onde Mack resolvera dar um tempo aos problemas não resolvidos e se divertir com os filhos, quando deixara Missy pintando perto de seu trailer e fora salvar seus outros dois filhos (Kate e Josh) que estavam se afogando no lago do camping. E quando se recuperaram, voltaram às pressas para o trailer para trocarem de roupa, mas então Mark percebeu que Missy não estava mais ali, e depois de longas buscas descobriram que ela fora sequestrada por um desconhecido “matador de meninas” que assinava por um broche de joaninha. Todos no camping ficaram emocionalmente abatidos por todo o ocorrido, ainda mais por verem o desespero na face de Mark. Mais tarde então, ao descobrirem uma cabana desgastada no meio da floresta foi que descobriram finalmente aonde Missy supostamente teria morrido.
Ao receber o bilhete assinado por “Papai”, Mark se mostra um tanto assustado e receoso, pois o único “papai” que ouvia diariamente vinha de sua esposa ao se referir à Deus, pois sua intimidade com Ele era tanta que o mesmo era chamado de “Pai” como o mesmo pedia em suas Escrituras. Ele, movido pela curiosidade, dirigiu-se até a cena do mais terrível pesadelo, e o que viu lá o surpreendeu.
O final de semana se deu em dias de respostas e puro amor dado pessoalmente por Deus, ou sua Trindade - Deus Abba, Jesus e Sarayu (nome dado pelo autor para se referir ao Espírito Santo). Aprendizado após aprendizado, Mack percebeu que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam à Deus, assim como diz as Escrituras.
É uma história onde a questão não é religião, muito menos sobre quem você é ou quem você não é. A história tem o foco diretamente na amizade. Uma amizade verdadeira é dada por um relacionamento onde se há confiança suficiente para se contar o que acontece de ruim, onde não se deseja o mal, apenas o bem. E é esse relacionamento que Deus espera que tenhamos com Ele. Recomendo essa história a todos os que querem viver a história, pois o que esse livro passa a significar depois da primeira vez que lemos é inexplicável.
“Talvez exista a suprarracionalidade: a razão além das definições normais dos fatos ou dá lógica baseada em dados. Algo que só faz sentido se você puder ver uma imagem maior da realidade. Talvez seja aí que a fé se encaixe”.
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